Primeiro bloco afro carnavalesco

Criado em novembro de 1974, grupo luta pela valorização e inclusão da população negra no país, combatendo o racismo e o preconceito

28/01/2013
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Primeiro bloco afro carnavalesco
Bloco Ilê Aiyê tem o objetivo de preservar e expandir a cultura afro-brasileira - Foto: Alberto Lima
O Ilê Aiyê, ou simplesmente Ilê, que entra para o RankBrasil, foi o Primeiro bloco afro do país.

Criado em 1° de novembro de 1974, na cidade de Salvador – BA, sua primeira apresentação aconteceu no Carnaval de 1975, com a música ‘Que bloco é esse’, de Paulinho Camafeu.

Atualmente, o bloco carnavalesco tem cerca de três mil associados e é considerado patrimônio da cultura baiana, um marco no processo de reafricanização do Carnaval da Bahia.

O Ilê foi fundado com o objetivo de preservar, valorizar e expandir a cultura afro-brasileira. Mais do que simplesmente um bloco de Carnaval, trata-se de uma entidade de militância negra, contando com ações de combate ao racismo e ao preconceito. Por sua tradição, já inspirou a criação de muitos outros grupos culturais no Brasil e no mundo.

Ao logo dos anos, o bloco vem homenageando países, nações e culturas da África, além de destacar as revoltas fundamentais que contribuíram para o processo de fortalecimento da identidade étnica e da autoestima do negro brasileiro.

A riqueza plástica e sonora do bloco retoma todas as formas expressadas na evolução dos movimentos de renascimento da cultura africana. Ao mesmo tempo, o espetáculo é condizente com a realidade baiana, emocionando o público: os sons e movimentos expressam o orgulho de um povo.

Ritual
Antes do início do Carnaval, o Ilê reúne os associados, comunidade e visitantes para solicitar permissão aos donos da rua por onde o bloco vai passar, fazendo pedidos de paz e felicidade aos orixás. O ritual acontece na ladeira do Curuzu, do bairro da Liberdade.

História
Fundado em plena ditadura militar, quando projetos desta natureza corriam risco de serem censurados, o Ilê Aiyê é um exemplo de coragem, inteligência e força. Atualmente, o bloco conta com empresas que estão entre os melhores patrocionadores do país, entre elas, Petrobras, Eletrobras e BNDES.

Centro cultural
O centro cultural Senzala do Barro Preto, do Ilê, desenvolve projetos de Carnaval e educação para preservar e elevar a cultura e a autoestima dos negros brasileiros e de todas as pessoas que apreciam este trabalho artístico. Os eventos estão abertos para a população em geral, independente da raça ou cor.


Fontes: Jornal Hoje, Wikipédia e site do Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê
Redação: Fátima Pires