O ultramaratonista Carlos Dias conquista mais uma página na história do Brasil, após participar do circuito Racing the Planet, uma Copa do Mundo dos Desertos.
Na competição, ele estabeleceu o recorde de Maratonista a completar os quatro desertos extremos em menor tempo, entrando para o RankBrasil em 2009.
Cada deserto foi divido em seis etapas. A copa reuniu atletas de 32 países e os participantes eram responsáveis em carregar sua alimentação e equipamentos de segurança, além dos sacos de dormir.Aos 36 anos, o recordista correu os quatro desertos mais extremos do planeta, divididos em 250km, totalizando mil quilômetros em 300 dias.
”No meu primeiro dia de corrida senti muito o calor e a altitude. Logo nas duas primeiras horas passei muito mal, fiquei naquele momento apreensivo e pensei em desistir, pois meu corpo respondeu com muita exaustão e fraqueza", lembra.Segundo ele, a equipe médica o socorreu no meio do deserto com muita eficiência. "Eles queriam me dar soro mas não aceitei pensando que seria desclassificado: somente tomei mais líquido e decidi seguir com um ritmo menor”, relata.
Os quatro desertosO primeiro deserto foi o Gobi, na China, considerado o mais úmido. Carlos começou a maratona em 08 de junho de 2008, às 8h da manhã e terminou em 14 de junho às 11h17, permanecendo na prova 63h37min12.
O segundo foi do Saara, no Egito, considerado o mais quente. Ele iníciou no dia 26 de outubro 2008 às 8h e seguiu sua maratona até dia 1° de novembro às 12h30, completando a prova em 51h43min18.O terceiro deserto conquistado foi o da Antártica, no Pólo Sul, considerado o mais frio. O recordista permanecendo 26h30min10, tendo início no dia 28 de novembro de 2008 e término em 30 de novembro.
Na época em que o atleta permaneceu na Antártica não havia noite, o que favoreceu o tempo para conclusão da terceira etapa.O último deserto foi o Atacama, no Chile, considerado o mais seco. Começou a correr em 29 de março de 2009 às 8h e terminou no dia 04 de abril às 11h08, totalizando 60h37.
“O deserto mais exaustivo foi o Atacama, pois enfrentei um forte calor durante o dia. De noite a temperatura baixava para menos 0º. O solo mudava a cada hora, peguei pedras, sal, lama, água gelada, arbustos com raízes, muitas subidas e descidas, além de grutas. Esse deserto me deixou exausto”, conta.